Continuando... Dia seguinte, ele postou uma foto da sacada
do quarto deles, com a legenda... FELIZ! Pela tarde, sinalizou no face que estavam
em um restaurante... Hoje, postou várias
fotos - em uma delas o ex aparece – com a legenda “o Rio de Janeiro continua
lindo” (talvez devesse estudar sobre as reis condições que levaram Gil a compor
essa música).
Começo a identificar alguns padrões
no pouco que sei sobe sua vida (e a maior parte contada por ele): quando
começamos a conversar, ele foi passar uma semana na Bahia com outro “amigo de
sexo” para ver se rolaria um namoro ou não. Combinamos de não trocarmos mensagens
enquanto ele estivesse com o outro, afinal... (mas agora percebo que essa
proposta partiu de mim). No terceiro dia ele me liga, dizendo que já viu que ficaria
somente na amizade lá. Mas ligou escondido do amigo, quando este desceu para o
café da manhã, ele avisou que teria de desligar (sim, a pergunta “como eu não percebi?”
está rondando minha mente, nesse momento, acompanhada da ilustração de um
burrico). Fiquei me sentindo especial. Algumas semanas depois que voltou da Bahia,
respondeu uma mensagem minha do banheiro do motel em que estava com outro cara.
Mas éramos somente amigos: não dormi direito aquela noite, mas não tinha
direito a ciúmes. E me senti razoavelmente especial. Só não me senti especial
quando percebi que, além de chegarem mensagens ao seu cel durante toda noite,
na minha casa, de manhã ele levava o fone para o banheiro.
Quem vê as fotos da Bahia crê que
ele foi sozinho, ninguém mais aparece lá. Assim como as de Porto Alegre (fizemos
fotos juntos, mas nenhuma foi postada e, fato curioso, nem enviadas para meu
e-mail, conforme pedi mais de uma vez). Ele tem todo um cuidado em não deixar
rastros. Do mesmo modo, as fotos dos
primeiros dias no Rio o mostravam sozinho. Agora o ex apareceu em uma, mas de
costas, podendo ser tomado por outro turista visitando o local.
O que quero dizer com isso é que
há toda uma dedicação para sua imagem pública, via facebook (seu comportamento
chega a ser “adolescente”: quando esteve em Porto Alegre não podíamos sentar um
café que ele queria postar onde estávamos... Ou onde ele estava, uma vez que eu
era “limado”). Também não gosto de exposição desnecessária (tanto que uso um
pseudônimo aqui), mas... Ele ostenta todo um discurso de “ser de cara limpa” que
não fecha com um cuidado que, de tão excessivo e meticuloso sugere esconder-se.
Como eu disse antes, quase tudo o
que sei dele (portanto toda a imagem tão positiva de sua pessoa) sei pela sua própria
boca. E sou obrigado a reconhecer: ele é bom em fazer autopropaganda sem
parecer que está fazendo. É administrador de empresas, especializado em life
coaching: é uma segunda natureza para ele fazer as coisas (mesmo da vida privada)
de um modo que conduzam à construção e uma imagem pública positiva. Como para
um ator (puxando para minha área) é segunda natureza saber entrar em um ambiente
chamando a atenção de todos para si, sem que tenha de fazer algo escandaloso ou
que demonstre ser essa a intenção. Percebo agora que o paulista vive para sua aparição
pública, trabalha com network, está fascinado pelas novas tecnologias da
comunicação, incluindo redes sociais e... Está ficando velho. E está assustado
com isso, tentando manter sua jovialidade! E eu compreendo isso, porque a
passagem do tempo realmente assusta, quando ela começa a mostrar-se em nosso
corpo e em nosso rosto.
Mas ele está atropelando a
sensibilidade alheia, não apenas a minha, houve o cara da Bahia, houve o rapaz
do motel, que se apaixonou por ele (essa história retomo depois), sabe lá
quantos mais (nem dá para rastrear, ele apaga os rastros, não é?). E isso eu
não admito!
A dor, o medo e a carência podem
nos levar a fazer coisas ruins, corroem fundo a nossa alma. Começo a entender
como ele sente-se pequeno diante de tudo, apesar de bancar essa imagem muito
independente e segura de si. Ele completará 50 anos em 2014, os filhos - pelos
quais lutou e sofreu muito -, estão adultos e saindo de casa. Ele está
assustado. Sente que seu tempo está acabando (ok, eu acho que não, mas ele está
sentindo “a água bater na bunda”). E eu começo a compreendê-lo, e a desmitifica-lo,
a vê-lo dentro da pequenez humana da qual fazemos parte todos. E o prazer
(perverso?) que senti ao começar a perceber tudo isso se esvai e começa a se
transmutar em compreensão.
É preciso esclarecer que a compreensão
não tem a ver com “justificativa” ou com aceitar o que essa relação (seja ela
de amor ou de amizade) tem de abusiva. Significa ver com clareza, tanto para o
bem quanto para o mal, tanto para aceitar quanto para dizer “Isso eu não
tolero! Sem negociação!”.
A compreensão é clareza de visão!
Ainda o quero bem, mas agora sei
(um pouco) mais claramente o eu nele me desperta esse sentimento.
Mas (um pouco mais) claramente já
percebo ações egoístas (compreendo também o que o motiva), manipulações, etc. e
não Quero isso para mim! NÃO ADMITO! Quero coisas boas, MEREÇO! O que me é oferecido,
nesse momento, nessa relação, quando não é desrespeito é falta de sensibilidade,
sob um disfarce de honestidade. O que me é oferecido de bom É POUCO!
A compreensão permite que esses
dois sentimentos habitem dentro de mim sem causar tanta confusão, porque quando
estou confuso, não sei em que sentido agir, em que direção seguir. E sigo, com
toda segurança. Entendeu, paulista? Você está morrendo dentro de mim, e não é
sem tristeza que escrevo isso, porque eu reservei o melhor de mim para te dar,
mas você não ficou para receber. E não seja ingênuo de pensar que oque eu tenho
de melhor caberia naquele final de semana que você passou aqui... Não,
decididamente não. Você pode ter curtido o que encontrou aqui, mas saiu sem
fazer ideia do quão amigo, carinhoso, companheiro, puto e macho eu posso ser.
Acredite, você partiu sem ter visto uma mínima parte de quem eu sou. Acho que
boa parte da dor se deveu a isso: não houve interesse de se deter um pouco para
ver melhor. Mas entendo que você não tinha tempo, porque está angustiado demais,
pensando que seu tempo está acabando.
Outra consequência da compreensão
é que já não me encanto com a nuvem de glitter que você joga sobre si mesmo,
seja criando expectativas de que seja um grande amante, seja na sua imagem de
homem ético, etc. Agora, no lugar de correr em sua direção, paro em silêncio à
sua frente, esperando a poeira brilhante baixar, para ver a pessoa desnuda que
restará diante de mim; essa sim, terá de me encantar.
Porque não quero perder a
capacidade de me encantar pelas coisas, NÃO QUERO MORRER! E prazer de viver é
encantamento: com o outro, com a natureza ao meu redor, com os fatos e aspectos
da vida (inclui-se aí a dor). Até mesmo com os mistérios da morte! Mas quero me
encantar pela magia pessoal de quem está à minha frente, não pelo truque barato
de prestidigitador. Como escrevi antes, EU MEREÇO MAIS!
Eu estou virando a mesa,
paulista. Se é que continuaremos desenvolvendo uma relação (seja de amor, seja
de amizade: ambas necessitam cultivo, atenção e condições dignas para que
floresçam), quero ver a pessoa à minha frente. Não me satisfaço mais com ...
Não chamaria de máscara o que tive de ti, posto que o me encantou na tua pessoa
não é totalmente forjado, apenas desmedido, exagerado e “editado”, ocultando
certos aspectos e fragilidades.
Uma vez tu te desnuou para mim diante
da webcam, dizendo “fiz isso para te mostrar que sou de carne e osso”. Pensando
nisso, agora, digo que não: tu me mostrou tua carne (não tinha como mostrar os
ossos, rsrsrsr), para ocultar tua humanidade, ocultar o quão pequeno te sentes
diante da tua vida. Mas agora eu entendo isso. Momentaneamente sem ressentimentos.
(continua).
A imagem é “The therapeutist”, de Magritte
Eu poderia fazer a síntese sobre esse post com uma frase tua nos comentários do meu blog: "sem vaidades, mas também sem medos" porque acredito sim que analisar o que sentimos é um trabalho bruto, sem vaidades e que só se faz sem medos. Ninguém nunca sabe como ficará após essas tais análises... rs Outra coisa, esse post me lembrou um capítulo de Sex and the City em que a Carrie tenta concluir qual a fórmula para se tornar amigo de ex, bom, te adianto que ela não acha nem eu achei em meus vinte e poucos anos. Ainda sou adepto do lema "Ex bom é ex morto" ou "Ex bom é ex que não sei nada sobre ele. Imaturidade minha talvez. É que acredito que só nos tornamos amigos de um ex recente quando o que sentimos pelo ex for superficial, caso contrário, preciso de um tempo só meu, sem saber nada dele. Para então, transformar o que sentia em algo maior. Não pena, nem apatia, apenas um carinho talvez... Ou um outro tipo de amor, maior que os possíveis erros do ex, maior que os meus erros, maior que nossos ressentimentos, maior que qualquer coisa. Ahhh, muuuito obrigado pelo seu último comentário no meu blog, muito mesmo, foi construtivo e motivador! :) Abração!
ResponderExcluirQueridão,obrigado. Aqui se trata também de compreender oque houve, e de que pessoa, afinal, sinto falta. Houve muito convívio apesar do contato intenso os dois meses que antecederam nosso encontro, bem como no mês que se passou depois dele. Seria o tempo de conhecer de fato de quem se trata... Essa análise agora ajuda a colocar as coisas sob outra perspectiva, talvez eu estivesse enganado sobre ele (um engano que acho que ele fomentou, sim, talvez inconscientemente). E ao vê-lo de modo mais realista, sem tanta idealização, talvez não sinta tanta raiva e possa sair dessa história em paz.
ExcluirAhn... de que "amigo das antigas" tu falas? Vou rever as postagens, para ver se escrevi sobre isso. Agoira fiquei perdido, rsrsrrs. Tanta coisa aconteceu hoje, postarei sobre isso daqui a pouco.
Eu ainda discordo do Alan, no sentido que acredito que a experiência dele parece limitada a maus términos de namoro. Nutro grande carinho e amizade para com meus "exes", desde o dia "1" do "fim". E vice-versa. Mas esse tio aí (curte 50tão, uh? Mais uma peça do perfil, rsrs) realmente deixou tá deixando a desejar.
ExcluirOi Eduardo. Eu curto pessoas maduras, independente da idade: tem gente com 50 imatura (olha a figura aí) e gente de 35 muito madura. Creio eu as relações com os ex devam ser trabalhadas, refinadas. Mas nem sempre é possível, cada caso é um caso. Tenho um amgio que teve 10 relações duradouras, que ele considerou casamentos, e é amigo de todos eles. Mas também sei eu, por vezes, querer manter-se amigo e próximo é um modo de nos boicotarmos, pois damos continuidade a relações não saudáveis, Como escrevi, cada caso é um caso. O próximo post ainda é sobre o paulista, já estou finalizando. Depois, ele vira passado mesmo,pois já estou iniciando o que virá depois desse onde, provocado pelo HHP, a questão da relação com o pai vai entrar em foco. Mega abração, obrigado pela visita.
ExcluirPois é, cada caso é um caso. E eu voltando aqui a cada 2 horas pra ver se o post novo, prometido desde ontem, sai!! :-)
ExcluirRsrsrs, acabo de postar, e vem mais hoje. Estamos concluindo a saga do paulista.
ExcluirEsqueci de perguntar, como foi o contato com o 'amigo das antigas'? Fiquei curioso. rs
ResponderExcluirAmigo, eu tô muito assustado com esse cara. Sabe #medo? Me define agora. Caramba!
ResponderExcluirOi Foxxx, sabes que essa noite certas "fichas caíram", e também fiquei assustado com algumas coisas? Ahn... definir o quê?
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