Há uns10 dias (não lembro
exatamente) o paulista me procurou por dois dias querendo conversar pelo face. Quando
me achou online, logo queria telefonar. E eu estava em um momento “não vou
correr atrás nem me mostrar tão acessível”. Mas por dentro fiquei faceirinho,
lembrança que agora me irrita profundamente. Resultado: ele queria me contar
que no final de semana anterior o ex foi a SP para encontra-lo, que conversaram
por dois dias e que ele resolveu dar um anova chance para ele, que passariam o
Reveillon no Rio.
Não sei que porra de mecanismo
que eu tenho, que no momento (para não desmontar) eu só conseguia pensar “pelo
menos ele está sendo honesto comigo”. Logo ele veio com seu princípio atual de
vida (como qual eu concordo, embora ache que ele o está repetindo demais, o que
me deixa desconfiado) de que devemos viver um dia por vez, sem criar
expectativas, com oque tem par ao dia. E eu, num momento raro, falando pouco e
medindo muito bem as palavras, sem tentar ser agradável, nem intencionalmente
desagradável: apenas tentando identificar, antes de falar, o que estava
sentido. Já escrevi antes que meu emocional, por vezes, se esconde tão bem, que
ajo como se tudo estivesse legal, e só muito depois vejo que fiquei destroçado.
Dessa vez não quis cometer esse erro, era algo violento demais para mim. E ele
com o papo de “um daí de cada vez”, dando receitas de bem viver, até que
finalmente disse “e não precisa ter sofrimento algum”. Foi quando nuvens se
abriram no céu, soaram trombetas e uma voz soou, dizendo: PARA ESSA PORRA,
CARALHO! Mas, externamente, o que se ouviu foi apenas o meu longo e
constrangedor silêncio. Tão constrangedor que, após um tempo, ele disse: mas
você ficou travado, não é?
Não precisa sofrimento? Então
comecei a falar, num tom de voz calmo, macio e sem me alterar (quem me conhece
sabe que se isso acontece o Robô de “perdidos no Espaço” começa a agitar os
braços a e a gritar PERIGO, WILL
ROBINSON!!!). E comecei dizendo que não, EU não estava travado, apenas medindo
as palavras. E que esse novo hábito de pensar melhor antes de falar foi um das
consequências da passagem dele pela minha vida, e logo ele quis me interromper
para dar sua opinião/conclusão do que eu estava falando, e eu não deixei
dizendo “eu vou acabar, agora quero que tu me ouças”, e ele forçou dizendo que
só queria complementar, avisei que ele iria complementar quando eu terminasse e
continuei... Por cerca de uma hora.
Contei tudo pelo que havia passado, trouxe
a questão de que realmente ele não me prometeu nada, mas de que também foi ele
quem forçou até sair do jogo inicial de amizade com sexo (dizendo que era em mim
que pensava durante o dia, e coisas do gênero). Tudo o que não havia dito
antes, com medo de faze-lo correr léguas para longe, dessa vez falei. Quando acabei
ele estava chorando, disse que me ama como amigo, que não quer perder minha
amizade, etc. Também não quero perder a dele, isso é um fato. Mas terminei a
noite com a sensação de que não fiquei escondendo o jogo com medo do que pudesse
vir a perder. Mas passei o resto da semana doído, com uma tristeza que ia e
vinha, em ondas (continua).
Nenhum comentário:
Postar um comentário