quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Homem apaixonado ou dependente emocional: onde acaba uma coisa e começa a outra? (parte II)


Quando compreendi isso, comecei a trabalhar toda essa questão das carências, expectativas, fantasias assumindo-as como minhas. Após o término do casamento, estava decidido a andar mais centrado, sem colocar a felicidade num outro. Até porque sabia viria uma longa fase de me desprender dos resquícios de uma relação longa: eu precisava redescobrir quem sou antes de poder me ligar de fato a alguém. Tinha lição de casa para fazer. E assim algumas pessoas passaram pela minha vida e pela minha cama, constituindo experiências mais ricas, em alguns casos, ou menos ricas, em outros. Até eu alguém me tocou de um modo diferente, e toda a conversa prévia de uma semana até ficarmos, de fato, juntos, me amaciou, me fez “baixar a guarda” e ver ali uma possibilidade de algum tipo de relacionamento. Eu estava levando bem minha vida sozinho, criando minha filha, me adaptando á nova situação (isso aconteceu 7 meses após a separação),mas quando me vi encantado por esse cara, percebi que me senti particularmente só. Não que faltasse companhia para trocar carinho e sexo, mas sentia falta de alguém eu me encantasse. E ali estava ele, me encantando.
 A primeira postagem desse blog foi feita em julho (em outro blog, posteriormente repostei aqui) quando eu sofria ao constatar que, após a noite juntos, cessariam as mensagens constantes por celular, os papos longos no facebook, e tudo mais do que tivéramos durante toda a semana anterior. Descobri que estava prevenido para a efemeridade dos encontros, mas disposto a “baixar a guarda” quando a pessoa me encantasse e houvesse indícios de abertura para que algo se desenvolvesse além do sexo e da noite gostosa. Me senti “sem chão” ao perceber que meus critérios para avaliar a situação não correspondiam à realidade, que quando você comenta “poderíamos ter vindo a esse restaurante” e ele comenta, te olhando no olho, “fica para a próxima”, não quer dizer que ele está a fim de ir te conhecendo, sem compromisso, mas de te ver novamente e permitir conhecer o que você tem de bom. E permitir que você conheça o que ele tem de humano, de legal e de não tão legal. Permitir descobrir que ele é de carne e osso.

Passados alguns meses, e me sentindo mais “gato escaldado”, a situação se repete. Foram 2 meses de papo através de um site (ursos), depois telefone (estava sem internet na época), depois Skype até que ele decidiu sobrevoar 3 estados para me conhecer, veio passar um final de semana em Porto Alegre. Nesses 2 meses, o que começou como papo de putaria foi se tornando amizade, compartilhamento de experiências e apoio (ele também separado, pai de dois filhos, já jovens adultos, brigou pela guarda dos filhos, etc). Chamávamos, inicialmente, de amizade com sexo. Compartilhávamos alguma experiência marcante que houvesse acontecido com outros caras, mas com o tempo isso foi mudando. E os indícios de envolvimento começaram a surgir, da parte dele, como dizer “E no momento minha aposta é você. Pronto, falei!”, e outras coisas do gênero. Discutíamos relações familiares, trabalho, posturas de vida, chegávamos a ficar duas horas por noite ao telefone (valeu, Tim!). Finalmente chegou o grande final de semana, finalmente aconteceu o grande final de semana (e foi ótimo) e... acabou o grande final de semana. Ele voltou para SP... e era isso. [continua]

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